Decorreu hoje, no Palácio Nacional da Ajuda, a cerimónia de atribuição da Medalha de Mérito Cultural a Manuel Gusmão, reconhecendo o «inestimável trabalho de uma vida dedicada à produção literária e à poesia».
A cerimónia contou com a leitura, por Fernanda Lapa, de um poema do livro A Foz em Delta e de um poema inédito, este lido por Ana Gusmão. Manuel Gusmão, agradecendo a atribuição da medalha, aproveitou a palavra para sublinhar a necessidade de lutarmos pela Cultura, assinalando que continua viva e acesa a reivindicação de lhe ser atribuído 1% do Orçamento do Estado, relembrando também o Manifesto em Defesa da Cultura do qual foi dos primeiros subscritores, em 2011, onde se afirmava a Cultura «com o seu imenso potencial de criação, liberdade, transformação e resistência» e que, «tal como a emancipação do trabalho, é parte essencial do património do futuro». A Ministra da Cultura Graça Fonseca, no seu discurso de encerramento da cerimónia, concluiu que «O que me resta é, agora, reconhecer tudo isto e agradecer a Manuel Gusmão por dignificar, com o seu nome, este mérito cultural que não se reconhece, mas que se diz, tal como a poesia, até contra as evidências. Somos todos, por assim dizer, bibliotecas, mas uns têm a sorte de dedicar toda uma vida à Biblioteca, agora com maiúscula.» O nosso reconhecimento, esse, far-se-á também com a leitura dos seus livros. |