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Totalidade e Contradição. Acerca da Dialéctica
José Barata-Moura
No movimento final da Introdução à Crítica da Economia Política que redigia em 1857, em face do que já avançara sobre as «Formas do Estado e de consciência em relação com as condições de produção e de circulação», Marx dava conta de uma fecunda perplexidade: «Mas a dificuldade não está em compreender que a arte grega e a epopeia [ou Shakespeare, um pouco antes no texto] estão ligadas a certas formas do desenvolvimento social. A dificuldade reside no facto de nos proporcionarem ainda um prazer estético e de terem ainda para nós, em certos aspectos, o valor de normas e de modelos inacessíveis.» Estes ensaios sobre literatura, a sua experiência do humano e a sua teoria dedicam-se a ler determinados textos, tendo em memória dificuldades e perplexidades deste tipo, e a sugerir algumas hipóteses marxistas em matéria de poética e estética.