Assinalamos a 18 de Março os 150 anos do início da Comuna de Paris, um dos acontecimentos mais importantes da história do século XIX e momento marcante na luta da classe operária mundial pela sua libertação. No seguimento de vários meses de intensas lutas, «Paris ergueu-se como um só homem» a 18 de Março de 1871. A classe operária parisiense, ao tomar o poder, lançava mãos à primeira experiência de «ditadura do proletariado», tomando decisivas medidas para resolver os problemas das vastas massas populares. Na obra A Guerra Civil em França, Karl Marx, reflectindo sobre a experiência da Comuna de Paris, desenvolve teses fundamentais da doutrina marxista sobre a luta de classes, o Estado, a revolução e a ditadura do proletariado. Neste trabalho foi confirmada e desenvolvida a tese, exposta por Marx na obra O 18 de Brumário de Louis Bonaparte, da necessidade de o proletariado quebrar a máquina de Estado burguesa. Marx chega à conclusão de que «a classe operária não pode apossar-se simplesmente da maquinaria de Estado já pronta e fazê-la funcionar para os seus próprios objectivos». Também Lénine se debruçou longamente sobre as experiências da Comuna de Paris, tarefa indispensável para poder preparar a classe operária russa para a sua própria luta. Tomar boa nota dos méritos da Comuna, registar os erros e defeitos que levaram à sua derrota – bem como das demais experiências revolucionárias –, são lições de enorme alcance para qualquer acção transformadora futura. E como em todas as experiências revolucionárias, sem copiar modelos, pois, como diz Lénine, «Não é a palavra Comuna o que devemos tomar dos grandes combatentes de 1871, nem repetir cegamente todas as suas directivas; pelo contrário, devemos fazer por que ressaltem as directivas programáticas e práticas correspondentes ao estado de coisas existente». Além do livro A Guerra Civil em França, de Karl Marx, e da brochura A Comuna de Paris, da colecção Cadernos O Militante, as Edições «Avante!» estão a preparar a edição de uma antologia de Lénine sobre a Comuna de Paris, para comemorar os 150 anos desse heróico «assalto aos céus» mas, sobretudo, para dar ferramentas para a construção dessa «terra sem amos».
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