A Sala José Saramago, no Palácio Galveias, em Lisboa, encheu-se para uma sessão comemorativa dos 90 anos do escritor Orlando da Costa. Além da participação das Edições «Avante!», com uma nova edição do romance Podem Chamar-me Eurídice... (com um prefácio de Ana Margarida de Carvalho e com pinturas de José Santa-Bárbara), a iniciativa da Associação Portuguesa de Escritores levou também à edição pela Leya/Caminho de uma nova edição do livro O Signo da Ira.
Na sua intervenção, Francisco Melo lembrou o «militante comunista dedicado desde 1954» cuja «militância antifascista levou-o por mais de uma vez aos cárceres da ditadura salazarista, fez com que a PIDE apreendesse nada menos que cinco dos seus livros e o impedisse de leccionar, além de outras perseguições de que foi vítima». Mas como recordou, «A publicação deste livro de Orlando da Costa não se reduz a um mero acto de reconhecimento partidário para quem foi um dedicado membro do Partido Comunista Português, antes e depois do 25 de Abril». Antes, «despertar o interesse pela leitura dos romances, das peças de teatro e da poesia de Orlando da Costa é uma obrigação que nos impõe a todos uma obra de incontestável qualidade literária e que tanto enriquece o nosso património cultural» e cuja divulgação é «tanto mais necessária quanto vemos hoje serem esquecidos ou espezinhados os valores democráticos e de luta libertadora, os valores humanistas multifacetados que enformam a obra de Orlando da Costa». A sessão, que terminou com um momento musical com Luís Pipa ao piano, contou também com intervenções de José Manuel Mendes, da APE, de Zeferino Coelho, da Leya/Caminho, e de António Costa. |