Temos dito e reafirmado que as comemorações dos 45 anos do 25 de Abril também se fazem com livros. As razões para isso são mais que muitas. Podia ser porque a Constituição da República Portuguesa, marca fundamental das conquistas da Revolução, define que «Todos têm direito à educação e à cultura» e «à fruição e criação cultural». E isto seria já razão suficiente. Podia ser porque continuam a circular por todo o país milhares de livros com propostas por um Portugal com futuro, que abrem caminho para uma política Alternativa Patriótica e de Esquerda. Uma política que «Precisa ser edificada e construída a partir da acção determinada e incessante de todas as forças — políticas e sociais —, de todos os homens e mulheres que, identificados com os valores de Abril, não se resignam nem aceitam que Portugal adie a resolução dos seus problemas estruturantes enquanto o grande capital absorve as suas riquezas e potencialidades.» ![]() À medida que se aproximam as eleições para o Parlamento Europeu e ganha renovada importância a discussão sobre a integração de Portugal na Europa, João Ferreira recorda-nos no seu livro como Abril e UE não rimam (e é mais do que fonética): «A integração na CEE/UE representou, desde o início, um confronto com o regime democrático que emergiu de Abril e, bem assim, um confronto com a Constituição da República, que consagrou as conquistas da Revolução e a visão de um país independente e soberano, de progresso e de justiça social». Além de tudo isto, comemorar Abril com livros resulta também do facto de se realizarem sessões públicas para discutir a natureza terrorista da ditadura fascista em Portugal e as profundas transformações democráticas possibilitadas pelas acção organizada das massas portuguesas na Revolução – foi assim em Casebres, com Américo Lázaro Leal (sobre o seu livro O Vale do Sado no Mundo de Dois Opostos), e em Setúbal e em Lisboa (foto abaixo), com Armando Myre Dores e Domingos Abrantes, sobre o livro A Candidatura de Arlindo Vicente nas «Eleições» de 1958. Uma dinâmica que, aliás, prossegue, estando já marcadas mais duas sessões de apresentação do livro de Américo Lázaro Leal, ambas com a presença do autor – a próxima é já este sábado, 13 de Abril, às 17h, na Casa da Cultura em Setúbal; depois, no dia 28 de Abril, pelas 15,30h, a obra será apresentada na Biblioteca Municipal de Alhos Vedros.
Seguramente será por tudo isto. E porque, relembramos, não faltam títulos que contribuem para avançarmos no caminho aberto por Abril, comemoremos Abril, com leituras e futuro. |